Por mais de uma década, ruídos inexplicáveis vindos das profundezas da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, intrigaram cientistas e geraram teorias sobre uma possível criatura desconhecida nas águas profundas.
Os ruídos, ouvidos pela primeira vez há dez anos, foram descritos como um som baixo e intenso seguido de uma nota aguda, ecoando de forma assustadora através das águas. Embora os especialistas suspeitassem de uma origem biológica, faltavam dados para confirmar essa hipótese.
A especulação só aumentou com a exploração limitada da Fossa: até agora, apenas quatro pessoas alcançaram o ponto mais profundo do local, incluindo o explorador americano Victor Vescovo, que em 2019 reduziu o recorde ao descer 10.972 metros.
Recentemente, uma equipe da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) empregou inteligência artificial para decifrar o mistério.
Após uma análise de 200.000 horas de áudio, o IA confirmou que os ruídos vêm das baleias de Bryde, gigantes oceânicos que podem atingir até 15 metros de comprimento e emitem vocalizações únicas para orientação e comunicação a grandes distâncias.
Esse avanço demonstra o poder da tecnologia para resolver mistérios marítimos e revela como as baleias de Bryde usam suas vocalizações no vasto e escuro mundo submarino.
A descoberta não apenas resolve um mistério antigo, mas também amplia a compreensão dos cientistas sobre a complexa comunicação dos mamíferos marinhos, provando que ainda há muito a aprender sobre a vida nos oceanos e os segredos que o fundo do mar guarda.
Fonte: BBC News