Um estudo recente propõe uma situação intrigante: buracos negros primordiais, formados logo após o Big Bang, podem estar escondidos dentro de planetas, incluindo a Terra, ou até mesmo em asteroides.
Esses buracos negros, que variam em tamanho e massa, podem ter se formado a partir de flutuações de densidade nos primeiros instantes do universo, a ideia é que alguns desses objetos cósmicos podem ter sido capturados ou até atravessados planetas sem causar grandes perturbações.A pesquisa foi realizada por físicos e publicada em Physics of the Dark Universe por Dai & Stojkovic (2024), levantando a possibilidade de que buracos negros primordiais possam passar por corpos celestes, criando pequenos túneis durante sua travessia.
Essa teoria abre novas portas para a busca por esses objetos misteriosos, indicando que rastros de suas passagens poderiam ser detectados, revelando sua presença.
Desde a década de 1970, quando o famoso físico Stephen Hawking modificou a ideia dos buracos negros primordiais, esses objetos ganharam cada vez mais destaque na ciência. Esses buracos negros permaneceram se formaram em uma fase conhecida como "inflação", quando o universo passou por uma rápida expansão.
As flutuações de densidade nessa fase permanecem colapsadas, formando buracos esses negros com massas variadas, desde pequenos como asteroides até grandes como estrelas.
O estudo recente sugere que buracos negros primordiais poderiam passar despercebidos pela Terra e outros corpos no Sistema Solar, deixando rastros mínimos.A ideia é fascinante, pois esses buracos negros poderiam, em teoria, passar até pelo nosso corpo, de forma semelhante aos neutrinos, sem que sentíssemos qualquer efeito.
Uma das ideias mais inovadoras propostas por Stephen Hawking é a chamada radiação de Hawking . Segundo essa teoria, buracos negros emitem uma radiação que pode, com o tempo, levá-los à evaporação. No caso dos buracos negros primordiais, a radiação seria ainda mais intensa e rápida, especialmente se forem muito pequenos.
Isso poderia dificultar o acúmulo de matéria ao redor deles, fazendo com que sua vida útil fosse bastante curta.
A radiação de Hawking pode ser uma chave para detectar esses buracos negros primordiais. Físicos acreditamos que é possível criar detectores sensíveis o suficiente para identificar a passagem desses objetos. A proposta é semelhante aos detectores de neutrinos instalados no Polo Sul, que capturam partículas subatômicas que raramente interagem com a matéria.
Detectar buracos negros primordiais na Terra, ou em outros corpos celestes, seria uma tarefa desafiadora, mas compensadora. O estudo sugere que, se esses buracos negros passarem pela Terra, eles poderiam deixar microtúneis como evidência de sua travessia.
Esses túneis seriam minúsculos, mas com a tecnologia certa, talvez fosse possível encontrar essas "pegadas" cósmicas.
Além da Terra, asteroides e outros planetas do Sistema Solar também poderiam conter sinais da passagem desses buracos negros. No entanto, a probabilidade de encontrá-los ainda é baixa, segundo os autores do estudo, mas o potencial de uma descoberta como essa justificaria o tempo e o esforço investidos na busca.
Para realmente confirmar a existência de buracos negros primordiais dentro ou ao redor da Terra, será necessário desenvolver tecnologia de detecção muito mais avançada. Isso incluiria sensores sensíveis a pequenas alterações no espaço-tempo, capazes de identificar rastros de buracos negros passando pelos objetos.
Além disso, a radiação de Hawking emitida por esses buracos negros poderia servir como um indicador de sua presença.
A busca por buracos negros primordiais não é apenas uma questão de curiosidade científica; esses objetos fornecem informações valiosas sobre a composição da matéria escura, um dos maiores mistérios do universo. Eles também nos ajudaram a entender melhor os primeiros momentos após o Big Bang, oferecendo novas pistas sobre a evolução do cosmos.A possibilidade de buracos negros primordiais estarem ocultos em nosso planeta ou passarem desesperados através de asteroides pode parecer coisa de ficção científica, mas estudos recentes mostram que essa hipótese é real e merece atenção.
Detectar esses buracos negros exigirá tecnologia de ponta, mas, se bem-sucedida, a descoberta poderia revolucionar nossa compreensão do universo e das leis que o regem.
Esse campo de estudo ainda está nos estágios iniciais, mas com avanços na tecnologia e no entendimento da física quântica, o futuro promete revelações surpreendentes sobre esses misteriosos objetos cósmicos.