O que desperta uma preocupação global ao potencial devastador devido ao aumento do nível do mar. Isto é amplificado pelo aumento das emissões de gases do efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono, que eleva as temperaturas médias globais, afetando diretamente as geleiras.
(Imagem:Ilustração)
Hoje, estima-se que a Geleira Thwaites no oeste da Antártida, perca cerca de 50 bilhões de toneladas de gelo a cada ano, contribuindo sozinha para aproximadamente 4% do aumento do nível do mar global.Essa geleira tem o tamanho aproximado do estado da Flórida, nos EUA, e seu derretimento acelerado já preocupa cientistas, pois seu distúrbio poderia afetar o Manto de Gelo da Antártida Ocidental (WAIS), o que resultaria em uma elevação de até 3 metros no nível mar. Esse impacto seria devastador para cidades costeiras e ilhas baixas no Pacífico.
Soluções Potenciais: Geoengenharia Glacial
Diante desse cenário preocupante, pesquisadores investigam soluções no campo da geoengenharia, que abrangem métodos tecnológicos para mitigar as mudanças climáticas.
A geoengenharia solar, por exemplo, é uma área que busca reduzir a radiação solar na Terra, seja por meio da injeção de partículas na atmosfera ou até mesmo com a criação de um escudo de pó de diamante para bloquear parte do calor do sol.
No caso específico das geleiras, como Thwaites, os estudos exploram a geoengenharia glacial – que inclui técnicas que podem impedir ou até reverter o derretimento acelerado. Entre as soluções propostas, está a instalação de barreiras submarinas, ou “cortinas protetoras”, que evitariam o contato direto entre a geleira e as correntes oceânicas mais quentes.
Uma alternativa para essas barreiras seria o uso de tubulações que, ao liberar bolhas de ar, criariam uma espécie de isolamento térmico entre o gelo e a água quente.
Outra ideia envolve o controle dos fluxos de água derretida na superfície das geleiras, pois esses riachos e pequenas lagoas aceleram o derretimento. Uma proposta, ainda teórica, sugere o recongelamento de parte dessa água, embora esse processo seja complexo e tenha alto custo.
Limitações e Riscos da Geoengenharia
( Antártida/Pixabay/Créditos:Peter_McNally)Apesar do otimismo com a geoengenharia, esses métodos estão longe de uma implementação segura e prática. Como afirma Douglas MacAyeal, professor de ciências geofísicas da Universidade de Chicago e coautor de um artigo publicado por uma equipe de pesquisadores internacionais, tais ideias bloqueiam anos de estudos e simulações para verificar sua segurança.
John Moore , professor do Centro Ártico da Universidade da Lapônia e outro coautor do estudo, reforça que seria necessário entre 15 e 30 anos para reunir conhecimento suficiente para aplicar essas técnicas sem comprometer ainda mais o equilíbrio climático.
Além disso, a geoengenharia é apenas uma parte da solução. Enquanto as emissões de gases de efeito estufa permanecem em níveis elevados, as geleiras continuam a derreter. Portanto, a redução das emissões globais é essencial para que qualquer estratégia de preservação das geleiras seja eficaz.
Sem esse esforço global, mesmo as soluções mais avançadas não podem ser suficientes para conter o derretimento.
Um Futuro de Decisões Cruciais
Embora o colapso total da Geleira Thwaites não seja iminente, a situação exige ações urgentes e aprofundamento nos estudos.
A comunidade científica defende o investimento em pesquisa na área de geoengenharia glacial para que, se necessário, as gerações futuras tenham mais ferramentas para enfrentar essa ameaça climática.
Caso as emissões de carbono continuem no ritmo atual, é possível que a Geleira Thwaites e outras estruturas congeladas contribuam significativamente para um aumento catastrófico no nível do mar, afetando milhões de pessoas em áreas costeiras ao redor do mundo.
Essa é uma corrida contra o tempo que exige tanta inovação tecnológica quanto compromisso com a sustentabilidade.